A cada 10 leitores, 8 defendem que empresas sigam fechadas

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Renan Mattos (Diário) 

Nesta segunda-feira, às 10h, uma reunião entre o prefeito Jorge Pozzobom (PSDB), lideranças de entidades empresariais e médicos de Santa Maria, a portas fechadas, vai debater o pedido do Sindicato dos Lojistas (Sindilojas) pela reabertura de todas as empresas da cidade, de todos os setores, a partir desta quarta, dia 1º, ou da próxima segunda-feira, dia 6 de abril.

O chefe do Executivo afirmou neste domingo, ao Diário, que é possível que, ao final da reunião, não seja tomada uma decisão. Ele está inclinado a manter o fechamento por mais um tempo. Porém, declarou que vai ouvir todas as propostas para analisá-las e tentar aproveitar alguma delas. Caso for levada em conta a opinião da população, a tendência é de manter o comércio e as empresas fechadas, ao menos, por mais um prazo.

Um levantamento feito em comentários na fanpage do Diário no Facebook, com base na opinião de 501 pessoas, apontou que 81,6% dos internautas são favoráveis ao fechamento do comércio e das demais empresas, e 18,3% querem a reabertura. 

Os comentários analisados são de uma publicação feita no sábado. Clique para ver:

- Eu não vou tratar mais de prazo (para reabertura das empresas). O momento é muito sério, é grave. Outra coisa: falam em pressão dos empresários, como se eles fossem bandidos. Eles geram empregos e renda. Eles vão lá tratar com racionalidade. E por que, ao final da reunião, não podemos pegar uma sugestão deles e aplicar? Um exemplo: não foi a gente que mandou fechar a construção civil, foi o próprio sindicato que anunciou que iria parar. Tenho certeza que vai ser um diálogo responsável, sério. Essa preocupação econômica é de todos nós. Mas agora a coisa mais importante é evitar que pessoas morram - afirmou Pozzobom, no domingo à tarde, durante transmissão ao vivo pelo Facebook do Diário e pela TV Santa Maria, em que admitiu que fechar as escolas e o comércio não foi uma decisão fácil de ser tomada.

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Conforme o Diário adiantou na edição de final de semana, a proposta do Sindilojas é de abertura de todas as empresas de Santa Maria, de todos os setores, a partir desta quarta ou da próxima segunda com apenas 50% dos funcionários - aqueles que forem de grupos de riscos ou idosos ficariam em casa. Além disso, o Sindilojas propõe acesso de três a quatro pessoas por vez e higienização das mãos na entrada e na saída. Para restaurantes, a proposta é de aberturas nestas mesmas condições, mas só ao meio-dia. À noite, funcionariam só por tele-entrega. Sindilojas e Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) emitiram nota dizendo que não apoiaram carreata e buzinaço pela reabertura do comércio, feita na sexta. 

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O presidente da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços (Cacism), Luiz Fernando Pacheco, afirmou que fica difícil decidir no escuro, sem dados concretos da gravidade da doença na cidade. Por isso, pede à prefeitura que faça exames nos mais de 400 casos suspeitos para saber quantos estão realmente contaminados em Santa Maria.

- O que me deixa muito preocupado, e até indignado, é em cima do que números que a gente vai tomar uma decisão tão importante como essa. Essa decisão de segunda-feira vai impactar a vida das pessoas, a vida de empresas. Muitas pessoas podem vir a sofrer sérios problemas de saúde conforme a decisão. E muitas empresas podem ir à falência conforme o que for decido. Infelizmente, para esse tipo de decisão não existe arrependimento. Eu sou engenheiro e gosto de tomar decisões em cima de números, de dados, e me sinto muito desconfortável em não ter esse dado em um dos momentos mais críticos da cidade. Eu não sei se esse número divulgado na sexta, de 418 suspeitos, é motivo de alegria ou de preocupação. Florianópolis e Balneário Camboriú vão testar toda a população. Desses 418 suspeitos daqui, se der 120 positivos, pronto, acabou a discussão: continua o isolamento. O que não pode é continuar essa discussão, dentro de uma família, de uma entidade, de uma cidade, de pessoas contrárias e a favor. Nesse momento em que toda a cidade deveria estar unida e convergindo para as mesmas ações, hoje em dia estamos em uma cidade discutindo: fecha ou não fecha. Eu estou pedindo 418 testes - apelou Pacheco, em entrevista concedida no sábado, quando ainda só haviam 418 casos suspeitos.

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Pozzobom disse neste domingo que está tentando fazer os testes dos casos suspeitos, mas não tem garantia de que será possível nem de quando seriam feitos. Afirmou também que a prefeitura estuda medidas sobre pagamentos de impostos, como IPTU. Já o Estado deve anunciar esta semana um novo calendário do pagamento do IPVA.

SANTA CATARINA
O governo de Santa Catarina, que na sexta-feira havia decidido que o comércio naquele Estado reabriria hoje, voltou atrás no sábado e manteve o fechamento por pelo menos mais uma semana, para aguardar orientações do Ministério da Saúde.

Colaborou Eduardo Tesch